quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O perigo que não se quer enxergar

Nas últimas semanas o portal IG tem publicado matérias sobre grupos de extrema direita e esquerda, ou seja, aqueles desmiolados e desorientados jovens da classe média paulista que se dizem nacionalistas ou neonazistas.

Na verdade, a maioria dos participantes desses movimentos ou gangues, com exceção de seus líderes, são apenas soldados adestrados e não seguem qualquer orientação ideológica, a não ser a violência pela própria violência. Ou mesmo outros grupos como a UCC, criado por alguns alunos da USP, que misturam alhos com bugalhos (veja cartaz ao lado).

Mas, o que queremos enfocar aqui é justamente o fato desses grupos, politicamente e ideologicamente não se sustentarem, que poderia dar margem ao surgimento de fundamentalistas malucos como aconteceu na Noruega, onde o extremista Anders Breivik provocou o massacre de 75 pessoas.

Leia a seguir, trecho da matéria publicada no portal IG pelos jornalistas Nara Alves e Ricardo Galhardo, em 26/09/2011 e vídeo com a entrevista de um desses chefes “cabeça de titica” líder do grupo Resistência Nacionalista, Antonio Silva.

Skinheads usam briga política como pano de fundo para violência

Nara Alves e Ricardo Galhardo, iG São Paulo | 26/09/2011

“... De um lado estão os carecas de extrema direita, cuja orientação ideológica vai desde o nacionalismo até o neonazismo. Alguns deles, segundo a Polícia Civil, são responsáveis por agressões recentes a homossexuais, negros, nordestinos. Os mais conhecidos são a Resistência Nacionalista, Ultradefesa, White Power, Carecas do Brasil e Kombat RAC.

Do outro estão grupos também skinheads de esquerda, comunistas e anarquistas, que se uniram nos últimos meses aos punks anarquistas, para enfrentar nas ruas, com os mesmos métodos violentos, as organizações rivais sob a bandeira da Ação Antifacista. São os antifas, cujos grupos mais conhecidos são RASH (carecas vermelhos e anarquistas) e SHARP (carecas contra o preconceito racial).

“Há motivação política e ideológica na atuação de alguns destes grupos”, disse ao iG a delegada Margarete Barreto, da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Em lados opostos, estas organizações tiveram papel central em manifestações políticas como a passeata em defesa do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), a Marcha da Maconha e a Parada Gay.

Doutrina

Nas últimas semanas o iG conversou com skinheads – inclusive aqueles que tumultuaram a Marcha da Maconha e a Parada Gay – sobre suas preferências políticas e suas crenças ideológicas. Embora considerem que, de maneira geral, o sistema político-partidário seja ineficaz, os jovens da extrema direita ouvidos pela reportagem disseram apoiar parlamentares que estão minimamente de acordo com o que pregam, a exemplo de Bolsonaro e dos senadores Kátia Abreu e Demóstenes Torres, ambos do DEM.

Estes jovens recebem orientação teórica. As bases são os seminários promovidos pelo Instituto Plínio Correia de Oliveira (criador da extinta TFP, que defendia a Tradição, a Família e a Propriedade) e o jornalista Olavo de Carvalho. Em um áudio publicado no blog da Resistência Nacionalista, Carvalho defende a pena de morte para comunistas, a começar pelo arquiteto Oscar Niemeyer. “Para o Niemeyer uma pena de morte só é pouco. Deveria ter umas três ou quatro”, diz Carvalho.

Já os antifas muitas vezes são filiados a partidos de raízes comunistas, como PCO, PC do B, ou organizações como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a União Nacional dos Estudantes (UNE), e tem articulações com grupos que defendem os direitos dos gays e a legalização das drogas. A reportagem entrou em contato com membros da facção, mas nenhuma liderança concordou em dar entrevista.

Polarização

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) registra em São Paulo a existência de 25 gangues, mas segundo o iG apurou, há um movimento recente de recrutamento, reagrupamento e polarização dessas gangues. Este movimento começou logo após a passeata em defesa de Bolsonaro, em abril, como uma forma de reação aos grupos de intolerância.

Organizações como RASH e SHARP passaram a arregimentar seguidores e se aliaram aos punks com os quais tinham afinidade ideológica. Um destes punks era Johni Raoni. Com a nova configuração, os antifas se tornaram maioria e os extremistas de direita passaram de caçadores de gays, nordestinos e maconheiros a presas dos antifas.
“Estamos sendo caçados. Hoje não podemos mais nos reunir em uma estação de metrô”, disse Antonio Silva, o Vulto, líder da Resistência Nacionalista, grupo que participou da passeata pró-Bolsonaro, da anti-Marcha da Maconha e tinha quatro integrantes envolvidos na briga que levou à morte de Johni Raoni.

Em seu blog, os RASH-SP negam enfaticamente responsabilidade pela briga.
No entanto, comentários de integrantes do grupo na página da Resistência Nacionalista mostram a predisposição para a violência. “Na verdade é isso mesmo, fascismo não se discute, se combate com as armas que tem na mão, e espero que eu tenha algo bem pesado nas minhas”, diz um jovem que assina como Antifa Pride (orgulho antifascista). ..."

2 comentários:

  1. É isso mesmo, violência se combate com violência. Fora carecas de extrema direita. É hora de afiar o Ju-Jutsu e defender aqueles que amamos.
    FORA FACISMO!

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  2. facismo é de esquerda seu burro.

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