terça-feira, 30 de outubro de 2012

O tempo e a verdade

São raras as vezes em que nos deparamos com textos tão significativos e profundos como o que está reproduzido abaixo.

Trata-se de A QUINTA DIMENSÃO de autoria do médico, escritor e artista plástico catarinense Mário Gentil Costa.

Leia-o com atenção e quando alguém lhe falar de passado, presente e futuro ou mesmo lhe pedir um tempo, faça uma reflexão.

A QUINTA DIMENSÃO

Mario Gentil Costa

O Tempo, segundo Einstein, é a quarta dimensão do espaço. Trata-se de uma grandeza relativística, capaz de curvá-lo na velocidade da luz e até gerar buracos negros. Ele não passa; simplesmente aí está…, como estão as outras três que, há mais de dois milênios, foram enunciadas por Euclides e incorporadas definitivamente aos fundamentos da geometria clássica.

Ao contrário do comprimento, da largura e da altura, ele não é percebido fisicamente pelos nossos sentidos. Olhamos ou tocamos um objeto e, imediatamente, somos capazes de lhe determinar, mesmo a grosso modo, a forma, o peso, o tamanho, a cor, a consistência. O Tempo, dir-se-ia que é ultra-sensorial. Temos, quando muito, uma vaga consciência de sua presença a nosso redor. É tão relativo que parece arrastar-se quando vivemos momentos difíceis; voa célere, todavia, se a ocasião é prazerosa. Olhado de frente, se nos afigura como futuro. Visto de costas, já é passado e se perde nas brumas do horizonte da memória. Em sua essência presente, contudo, não passa do instante.

Medimo-lo convencionalmente ao observar a aparente regularidade dos movimentos do Universo mais próximo…, como o nascer do Sol, as fases da Lua, as estações do ano, as horas do dia… Mas esse é apenas o nosso Tempo…, o Tempo humano…, um mero calendário antropocêntrico…, quase um artifício…, tão relativo, que logo ali…, em Júpiter…, cuja rotação dura dez horas das nossas… e cuja translação dura doze anos dos nossos…, de nada mais vale como relógio cósmico.

Nosso Tempo é todo ele composto de momentos que se sucedem entre duas colossais perspectivas: o passado que passou e o futuro que virá. É o presente…, algo sem dimensão…, como um ponto geométrico que só existe na imaginação.

O passado está na idéia que acabo de expressar; o futuro, na que virá em seguida. E entre os dois estamos nós, caro leitor…, eu e você…, vivendo, um após outro, os nossos momentos… O passado é, simplesmente, uma lembrança…, alegre, triste ou inexpressiva…, que ficou ou se perdeu. O futuro é o que será…, um misto de esperança, medo ou indiferença…, mas, de qualquer forma, uma expectativa…, uma incerteza…, uma interrogação.

E assim vive o ser humano, de momento em momento, espremido entre duas verdades imutáveis: a que foi e a que virá. Ele pensa que se auto-determina…, que tem livre arbítrio…, ignorante e esquecido de que está sempre ao sabor do acaso…, esse mesmo acaso que, tola e vaidosamente, resolveu chamar de “destino”, como se além do Caos Universal, que regula e organiza tudo, houvesse realmente algum tipo de predeterminismo individual…; como se fosse ele…, exclusivamente ele…, – o homem -, a figura indispensável e central do espetáculo.

Seu poder de decisão é mínimo…, quase nulo. Pouco maior que o de uma folha solta ao vento, que flutua e dança ao léu sem saber aonde vai cair no momento em que se extinguir a energia que a embala. E quando isto acontece, o que resta, em última análise é nada mais que a Verdade…, a Verdade do que foi…, do que é…, do que será… A Verdade…, uma estranha e insondável espécie de quinta dimensão…, que é eterna, imutável…; que interage com o Tempo na síntese total.

Muito antes de que o pensamento humano existisse, ela, a Verdade, já existia, e quando a humanidade, como substância, desaparecer ou se transformar em massa ou energia – como descobriu Lavoisier e, de fato, acontece a todas as formas de vida evolutiva – a Verdade continuará existindo no Espaço e no Tempo como atributo imanente do Todo.

A Verdade…, essa sim…, é preestabelecida por ser eterna…, ao contrário da mentira, da falsidade, da traição…, que nasceram com o ser humano…, geradas na sua própria imperfeição; com este mesmo ser que se dizendo “criado à imagem e semelhança de Deus”…, é o único animal que mente e que trai.

A Verdade é filha da Ética…, da Lógica…, nunca da força ou da autoridade. Ela é sinônimo da perfeição estética. O fato só acontece para confirmá-la e, mesmo que não aconteça…, que não seja registrado…, ela sempre prevalece, ou encerrada em si mesma…, em sua essência…, ou dentro da consciência de cada indivíduo, num plano mais pessoal. Mas ela é uma só; é o ideal pleno a que todos aspiram sem jamais alcançar.

Daí seu imenso desafio: a busca e o encontro da Verdade. Irremediavelmente condenado a viver o seu momento fugaz…, preso e contido entre o passado e o futuro, e, o que é pior, reprimido por suas próprias limitações e cada vez mais deslumbrado, a procurar em vão o entendimento do infinito e do eterno…, ele se vê sufocado diante da Verdade que sabe que existe e não é capaz de absorver, rendendo-se, finalmente, à única alternativa que lhe sobra: a crença.

Vez por outra…, de quando em quando…, a Natureza, que se auto-regula com a sabedoria ingênita de que só Ela é capaz…, deixa nascer um gênio para dar um salto adiante. Tal indivíduo…, que infelizmente é muito raro…, gravita numa órbita escassamente povoada, habitada exclusivamente por iniciados escolhidos cuja tarefa primordial é a gradativa elevação do homem, a fim de torná-lo merecedor dos privilégios de que desfruta entre os animais da Terra.

O gênio é o embaixador da Verdade. Mas…, lá no íntimo…, ele também sabe… por uma incômoda e indisfarçável intuição…, que, por mais que avance em sua busca incessante…, a Verdade Final…, aquela que existe por si mesma e independe das nossas crenças…, a Verdade Verdadeira…, fugidia como a linha do horizonte…, sempre estará além do seu alcance.

Texto extraído do JBF - www.luizberto.com

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Os Dez Mandamentos do Preguiçoso

 
 
1 - Viva para descansar.
 
2 - Ame a sua cama, ela é o seu templo.
 
3 - Se vir alguém descansando, ajude-o.
 
4 - Descanse de dia para poder dormir à noite.
 
5 - O trabalho é sagrado, não toque nele.
 
6 - Nunca faça amanhã, o que você pode fazer depois de amanhã.
 
7 - Trabalhe o menos possível; o que tiver para ser feito, deixe que outra pessoa faça.
 
8 – Calma, nunca ninguém morreu por descansar.
 
9 - Quando sentir desejo de trabalhar sente-se e espere que ele passe.
 
10 - Não se esqueça, trabalho é saúde. Deixe o seu para os doentes.
 
Extraído do blog Humoreco: www.humoreco.blogspot.com.br
 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O país do futebol e da novela

Se existe uma coisa que faz parar o Brasil, literalmente, é uma final de copa do mundo.

Agora, aparece uma concorrente a altura que é o final das novelas.

Semana passada, o assunto mais comentado no país foi o final da novela das oito da Rede Globo, Avenida Brasil, superando até mesmo o julgamento dos envolvidos no processo do mensalão.

Segundo a rádio peão, vazou uma informação que a presidente Dilma cancelou um comício onde iria prestigiar um candidato do seu partido, para não perder o último capítulo da citada novela.

Eu, particularmente não assisto novela, mas não tenho nada contra quem assiste.

De forma que, a Globo já está faturando altos índices de audiência com a nova novela denominada de Salve Jorge que promete mobilizar a atenção dos espectadores de todo o Brasil.

A seguir charge que ilustra perfeitamente a paixão do povo pelas novelas.


FAUSTO - OLHO VIVO

domingo, 21 de outubro de 2012

O Fla respira

Faltando apenas 6 rodadas para o final do campeonato brasileiro de 2012, o Flamengo finalmente dá uma respirada.

Hoje 20/10, no estádio do engenhão no Rio de Janeiro, em jogo muito disputado e com uma boa atuação, o Fla venceu o São Paulo pelo placar de 1 x 0 e com isso se distanciou um pouco mais da zona de rebaixamento.

O próximo desafio será contra o segundo colocado no campeonato, o Atlético Mineiro no estádio independência em Minas Gerais.

Vamos torcer, que com certeza ainda podemos nos classificar para a Copa Sulamericana.

A seguir vídeo com o gol do Flamengo marcado pelo zagueiro Gonzales.



quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Um grande brasileiro

Nesta vida estamos cercados de todo tipo de pessoas. Aquelas que nos envergonham, as que são neutras e direcionadas e as notáveis que nos enchem de orgulho.

Entre essas notáveis está um ser humano exemplar, o Doutor Dráuzio Varella, cientista, escritor, apresentador, professor e médico oncologista.

O Dr. Dráuzio tem prestado um relevante serviço a saúde pública no Brasil, popularizando a medicina através de programas de televisão, além de incentivar campanhas de prevenção.

Falar do Dr. Varella levaria horas a fio, portanto ressalto apenas uma de suas observações:
 
 "No mundo atual está se investindo cinco vezes mais em remédios para virilidade masculina e silicone para as mulheres do que na cura do mal de alzheimer. Daqui a alguns anos teremos velhas de seios grandes e velhos de pinto duro, mas que não se lembrarão para que servem."

Abaixo, vídeo com a entrevista do  Dr. Dráuzio Varella ao programa Rodaviva da TV Cultura em 15/10/2012.



terça-feira, 16 de outubro de 2012

Dia do professor - charge

Ontem, 15/10, foi comemorado o dia do professor. Esse ser que vem sendo tão desprestigiado ao longo dos anos e porque não dizer ao longo de décadas.

Uma profissão mais do que essencial para todas as outras.

Sem bons professores, como teremos  bons médicos, engenheiros, advogados e uma infinidade de outras.

A seguir, charge que na minha opinião retrata o pensamento da maioria dos políticos brasileiros.


CAZO - COMERCIO DE JAHU



segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Tenho medo da justiça

Ontem 14/10, o programa Fantástico da Rede Globo divulgou matéria sobre uma família da cidade de Monte Santo no interior da Bahia, em que os pais viram seus filhos serem retirados a força por ordem da justiça, para serem entregues para adoção a famílias do estado de São Paulo.

O pior, sem que os próprios pais fossem ouvidos e pasmem, sem o acompanhamento da promotoria pública.

Suspeita-se de uma quadrilha que age habitualmente na venda de crianças com a conivência de juízes e servidores da justiça.

Nestas horas é que realmente podemos constatar o relevante serviço prestado pelos órgãos da imprensa no resguardo dos direitos das pessoas mais humildes e vulneráveis.

Assista a seguir ao vídeo sobre o assunto e matéria divulgada no portal G1.





Família pobre tem filhos tirados de casa e entregues para adoção

Portal G1

Uma família pobre tem os cinco filhos tirados de casa e entregues para a adoção. Tudo feito em tempo recorde, de um dia para o outro, e sem que os pais pudessem se defender. Mas na vizinhança e na escolinha da cidade, todos garantem que as crianças eram bem tratadas. A Justiça quer saber agora o que está por trás dessa história.

O cenário é a cidade de Monte Santo, no sertão da Bahia.

Silvânia Maria da Silva e Gerôncio de Brito Souza viviam assim. Ele, vendendo o dia de serviço pesado na enxada para não deixar faltar comida em casa. “Todos os filhos meus que nasceram foi festa. Festa, caixa de foguete, galinha, carne assada, calabresa, tudo”, lembra ele. Ela, cuidando da casa. “O pai dava atenção. Quando eu botei na escola, Gerôncio vinha buscar. Vinha às reuniões. Sempre comparecendo às reuniões”, conta ela.

Gerôncio e Silvânia estão separados, mas o apego aos filhos sempre foi reconhecido na vizinhança. “Não tinha um dia que eles não viessem aqui na casa do pai. Não tinha um dia. Quando era assim, eles iam para a escola. Quando era meio-dia, chegava, corriam. Ele dava banho, botava perfume nos meninos”, detalha a vizinha Catarina da Mota Silva.

Os quatro avós também ajudavam, mas no dia 13 de maio do ano passado a história dessa família começou a mudar. A caçula, de 2 meses de idade, única menina dos cinco filhos, foi a primeira a ser levada, por ordem da Justiça de Monte Santo. Duas semanas depois, o sofrimento aumentou. “Estava em casa, estava até lavando as roupas deles, de repente chegou esse carro. Eu pensei que era para trazer minha menina de volta”, relata Silvânia, emocionada.

Eram dois policiais e uma escrivã para cumprir nova ordem do juiz: levar os outros quatro meninos. “O Ricardo correu lá por dentro, correu para a casa da mãe, lá ‘pra riba’”, conta a avó paterna, Maria Brito Souza. “Meu filho mais velho chegou: 'mãe, me esconda. Me esconda que eu não quero ir, não'”, conta a mãe aos prantos. “A rua toda ficou chocada naquela noite. Foi uma noite de terror”, reforça a avó. “Ainda hoje eu não gosto de lembrar. Ainda hoje tenho sentimento por isso”, diz a vizinha. “Os policiais disseram que, se nós impedíssemos, nós iríamos presos. Eu mais o pai. Que era ordem do juiz”, diz a mãe.

Os filhos de Gerôncio e Silvânia foram dados para quatro casais de São Paulo. Foi tudo feito com muita rapidez no fórum de Monte Santo. As famílias paulistas chegaram em um dia, foram ouvidas pelo juiz e, no dia seguinte, voltaram para São Paulo levando, com elas, as crianças. Os pais biológicos e a promotoria de Justiça não estavam na audiência. Por lei, sem a presença deles, o processo de adoção não pode sequer ser iniciado.

O juiz Vítor Manoel Xavier Bizerra, que assinou a guarda provisória das crianças, trabalha hoje na cidade de Barra. O Fantástico foi até lá. Esteve na casa onde ele mora e duas vezes no fórum. Nada do juiz. A equipe deixou um recado com a escrivã. Fantástico: Você falou para ele que nós estávamos procurando ele? Que gostaríamos de conversar? Magda Silvana Guedes (escrivã): Falei. Eu disse a ele que vocês vieram aqui com a proposta de entrevistá-lo.

Para retirar as crianças de Monte Santo, o juiz se baseou em relatórios que se contradizem. O conselho tutelar do município não encontrou irregularidades quando visitou a casa de Silvânia. Mas a assistente social da prefeitura registrou que os meninos em idade escolar faltavam às aulas. O Fantástico foi à escola onde eles estavam matriculados. Fantástico: Os pais nunca deixaram de trazer? Vanessa da Silva Souza (diretora da escola): Não. Eu nunca soube. Fantástico: E vinham buscar direitinho? Diretora: Eles sempre vinham buscar. Gerôncio, quando não vinha, era ela. “Crianças quando são mal tratadas, geralmente têm mau comportamento. De agressividade, de viver chorando. E eles não aparentavam nada disso, não chegavam machucados, de jeito nenhum, porque eles eram bem cuidados”, aponta a diretora.

Desesperado, Gerôncio procurava o conselho tutelar para saber do paradeiro dos filhos. Nunca conseguiu uma notícia e acabou desacatando as conselheiras. Foi preso e passou três semanas na cadeia. Os pais dele tiveram que vender a casa para pagar a fiança de R$ 5 mil. Hoje moram de favor. Eram muito apegados à senhora, os seus netos? Avô: Mandava comprar pão, ele ia, o bichinho. Não gosto nem de me lembrar, viu? Avó: Gosto muito deles. Os quatro avós conviviam com as crianças, mas nenhum deles foi ouvido no processo. “Tenho foto de todos eles no meu álbum”, afirma, emocionada, a avó materna, Perpétua Maria da Mota.

Carmem Topschall aparece em todos os processos como intermediária das adoções. Ela teria sido a pessoa que aproximou os casais paulistas das crianças de Monte Santo. O Fantástico descobriu que Carmem mora em um sobrado em Pojuca, a 350 quilômetros de Monte Santo. Fantástico: Um assunto particular. Preferia conversar aqui mesmo? Carmem: Ah, não. Particular, vamos subir então. Carmem tem três filhos adotados. Ela confirma que ajudou as famílias de São Paulo, mas nega que trabalhe conseguindo crianças pobres para casais que queiram adotar. Carmem: Eu não fui intermediária. Fantástico: Como que não foi se a senhora aparece no processo? Carmem: Eu apareço no processo porque eu acompanhei o pessoal e levei e mostrei o caminho, mas eu não fui intermediária.

Já faz um ano e quatro meses. O pai afirma que as crianças fazem falta, enquanto segura, emocionado, a roupa dos filhos. A mãe conta que nunca mais teve notícia delas.

Campinas, São Paulo. A equipe do Fantástico vai procurar os casais que, de acordo com os processos, conseguiram a guarda provisória das crianças. Dois dos cinco filhos de Silvânia e Gerôncio moram em uma casa. São os dois mais velhos. Segundo os vizinhos, a casa está sempre vazia. Partem para Indaiatuba, vizinha a Campinas. Lá, ficam os outros endereços das crianças. O Fantástico toca o interfone e avisa que quer falar sobre uma criança adotada, mas desligam o telefone. Em outra casa, ninguém atende. Mas a advogada que defende os interesses dos casais que estão com as crianças é encontrada. “Houve o devido processo legal. Ninguém fez nada que não fosse pelo devido processo legal”, garante Lenora Steffen Panzetti.

O atual juiz de Monte Santo, Luiz Roberto Cappio, discorda, e ele tem uma lista de irregularidades que encontrou nos processos. “Não houve determinação de estágio de convivência. Os pais biológicos não foram ouvidos”, diz ele. Para ele, o caso dos filhos de Silvânia e Gerôncio é só um exemplo do que acontece em várias comunidades do sertão da Bahia. Fantástico: Se trata de uma quadrilha que atua para traficar crianças pobres aqui no sertão da Bahia? Juiz: Sim. De forma planejada e profissional, habitual. A volta das crianças para Monte Santo é uma possibilidade que o juiz não descarta. “Se eu entender que o retorno atende ao melhor interesse dessas crianças, eu farei”, declara o juiz.

“Mas essas crianças já passaram por um trauma da vida que elas levavam, da adaptação que elas tiveram e tirá-las novamente, será que realmente é o melhor para elas?”, questiona Lenora. “Estou esperado por eles aqui”, diz a mãe, esperançosa.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O dilema do chefe


 
O Dilema do Chefe

 
Se é amigável... é demagogo

Se é retraído... é mascarado

Se adora decisões rápidas... é arbitrário

Se demora nas decisões... é incapaz

Se planeja a longo prazo... é visionário

Se planeja a curto prazo... é quadrado

Se solicita muita verba... é esbanjador

Se não solicita verba... é acanhado

Se procura eliminar a papelada... é racionário

Se segue as normas... é burocrata

Se chega tarde... é aproveitador

Se chega cedo... é ambicioso

Se tudo anda bem... ele não faz falta

Se tudo anda mal... ele não funciona

Se trabalha em equipe... não tem idéias próprias

Se não trabalha em equipe... não confia em ninguém

Se é visto sempre com seu superior... é puxa-saco

Se nunca é visto com seu superior... está de saída

Se delega poderes... não quer nada com o trabalho

Se centraliza tudo em si... não quer dar chance a ninguém!

Texto extraído do blog Humoreco, www.humoreco-al.blogspot.com.br

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Joaquim Barbosa para presidente

O sentimento de cidadania e justiça voltou a aflorar no seio do povo brasileiro.

Tudo porque um ministro do STF – Supremo Tribunal Federal, de cor negra e de origem humilde tem se tornado o ícone da luta contra a corrupção no Brasil. (veja também postagem anterior sobre o ministro Barbosa, clicando aqui)

Relator da ação penal nº 470 chamado de processo do mensalão, o ministro Joaquim tem sido um modelo raro de honradez e dignidade no triste e lamentável panorama atual do poder judiciário brasileiro, servindo de exemplo a seus pares e traduzindo os anseios de toda uma geração de pessoas honestas deste país.

Abaixo, vídeo com trechos do relato do processo do mensalão e em seguida uma rápida biografia do ministro Joaquim.



Joaquim Benedito Barbosa Gomes é o nome dele.

Conhecido como Joaquim Barbosa, apenas, ele é ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil desde 25 de junho de 2003,quando nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É o único negro entre os atuais ministros do STF. Joaquim Barbosa nasceu no município mineiro de Paracatu em 7 de outubro de 1954 (54 anos), noroeste de Minas Gerais. É o primogênito de oito filhos.

Pai pedreiro e mãe dona de casa passou a ser arrimo de família quando estes se separaram. Aos 16 anos foi sozinho para Brasília arranjou emprego na gráfica do Correio Braziliense e terminou o segundo grau, sempre estudando em colégio público. Obteve seu bacharelado em Direito na Universidade de Brasília, onde, em seguida, obteve seu mestrado em Direito do Estado.

Prestou concurso público para Procurador da República e foi aprovado. Licenciou-se do cargo e foi estudar na França por quatro anos, tendo obtido seu Mestrado em Direito Público pela Universidade de Paris-II (Panthéon-Assas) em 1990 e seu Doutorado em Direito Público pela Universidade de Paris-II (Panthéon-Assas) em 1993.

Retornou ao cargo de procurador no Rio de Janeiro e professor concursado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foi Visiting Scholar no Human Rights Institute da faculdade de direito da Universidade Columbia em Nova York ( 1999 a 2000), e Visiting Scholar na Universidade da Califórnia, Los Angeles School of Law ( 2002 a 2003). Fez estudos complementares de idiomas estrangeiros no Brasil, na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Áustria e na Alemanha. É fluente em francês, inglês e alemão.

O currículo do ministro do STF Joaquim Barbosa que vocês acabam de ler foi extraído da Wikipédia, mas pode ser encontrado facilmente nos arquivos dos órgãos oficiais do Estado Brasileiro. “E o que mostra esse currículo?”, perguntarão vocês. Antes de responder, quero dizer que o histórico de vida de Joaquim Barbosa pesa muito neste caso, porque mostra que ele, à diferença de seus pares, é alguém que chegou aonde chegou lutando contra dificuldades imensas que os outros membros do STF jamais sequer sonharam em enfrentar.

Não se quer aceitar, nesse debate – ou melhor, a mídia, a direita, o PSDB, o PFL, os Frias, os Marinho, os Civita não querem aceitar -, que Joaquim Barbosa é um estranho no ninho racialmente elitista que é o Supremo Tribunal Federal, pois esse negro filho de pedreiro do interior de Minas é apenas o terceiro ministro negro da Corte em 102 anos, conforme a Wikipédia, tendo sido precedido por Pedro Lessa ( 1907 a 1921) e por Hermenegildo de Barros ( 1919 a 1937). E quem é o STF hoje no Brasil? Acabamos de ver recentemente nos casos Daniel Dantas, Eliana Tranchesi etc. É o que sempre foi: a porta por onde os ricos escapam de seus crimes.

Joaquim Barbosa é isolado por seus pares pelo que é: negro de origem pobre numa Corte quase que exclusivamente branca nos últimos mais de cem anos, que julga uma maioria descomunal de causas que beneficiam a elite branca e rica do país. Sobre o que ele disse ao presidente do STF, Gilmar Mendes, apenas repercutiu o que têm dito, em ampla maioria, juízes, advogados, jornalistas, acadêmicos de toda parte do Brasil e do mundo, que o atual presidente do Supremo, com suas polêmicas midiáticas, com denúncias de grampos ilegais que não se sustentam e que ele até já reconheceu que “podem” não ter existido – depois de toda palhaçada que fez -, desserve à instituição que preside e ao próprio conceito de Justiça.

Gilmar Mendes pareceu-me ter querido “pôr o negrinho em seu lugar”, e este, altivo, enorme, colossal, respondeu-lhe, com todas as letras, que não o confundisse com “um dos capangas” do supremo presidente “em Mato Grosso”. Falando nisso, a mídia poderia focar nesse ponto, sobre “Mato Grosso”, mas preferiu o silêncio. Esperemos…

Finalmente, esse episódio revelou-se benigno para a nação, a meu juízo, pois mostrou que ainda resta esperança para a Justiça brasileira. Enquanto houver um só que enfrente uma luta aparentemente desigual para si simplesmente para dizer o que falam quase todos, porém sem que os poucos poderosos dêem ouvidos, haverá esperança.Enquanto um resistir, resistiremos todos. Joaquim Barbosa é um estranho no ninho do STF, entre a elite branca da nação, e está sendo combatido por isso e por simplesmente dizer a verdade em meio a um mar de hipocrisia. O Brasil inteiro sabe disso e essa talvez seja a verdade mais importante, pois dará conseqüência aos fatos.

Texto extraído do Jornal da Besta Fubana, www.luizberto.com

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Tentando recriar a natureza (2)


Para  maior credibilidade da nossa postagem anterior, reproduzimos matéria publicada nesta data no portal Cleber Toledo, com a opinião da professora doutora Iracy Coelho de Menezes Martins, da Universidade Federal do Tocantins.

Projeto de safari africano no Jalapão é “lunático”, afirma pesquisadora da UFT

Raimunda Carvalho - da Redação

O projeto que prevê a criação de um safári africano no meio do Estado, em pleno Jalapão, foi definido como “lunático” pela professora Iracy Coelho de Menezes Martins, do curso de Engenharia Ambiental, da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Ela é doutora em Ciência Florestal, na linha de Avaliação de Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas.

Segundo a dra. Iracy, até o momento não sabe quem são as pessoas que “lunaticamente resolveram elaborar um projeto desta natureza”. “Para mim, este projeto é completamente inviável. Não iremos ficar quietos, nós iremos fazer alguma coisa. Sou professora do curso ambiental e sou responsável pelos engenheiros que estão no mercado de trabalho e pelos futuros profissionais. Não iremos ficar calados diante de situação tão arriscada quanto este empreendimento”, avisou.

Dra. Iracy afirmou que nunca ouviu falar da empresa que ficará responsável pela infraestrutura do projeto. “Nunca ouvi falar e até gostaria de conhecer para que possamos trocar ideias. Como cientista, precisamos de pareceres científicos para dizer se pode ou não trazer estas espécies para o cerrado tocantinense. O cientista sabe das relações ecológicas entre animais, das possíveis transmissões de doenças e mutações genéticas que podem ocorrer. Não sei nada da empresa”, reforçou.

A professora, que também é mestre em ecologia de paisagem, afirmou que a proposta do safári passa pelos aspectos sociais, econômicos e ambientais. “O que mais chama atenção neste contexto são os aspectos ambientais, porque a sugestão de introduzir espécies exóticas no Brasil não é permitida pela legislação ambiental. É proibida a importação destes animais”, destacou, como havia dito também o superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Joaquim Henrique Montelo Moura.

Para ela, o projeto apelidado de Out of Africa Brasil, é inviável. “Imagine trazer espécies de um continente - que é dividido em diversas regiões fitoecológicas, que se transformam em habitat natural de uma determinada fauna - para juntar em um ambiente único, como é o caso do Jalapão”, criticou, enfatizando que a proposta divulgada para o safari prevê que sejam trazidos elefantes, leões, leopardos, búfalos, rinocerontes, zebras, hienas, kudus e impalas para “juntar em um ecossistema frágil como o Jalapão”. “Como vai ficar isto em termos da cadeia alimentar? Quais são as espécies florestais ou vegetais para os animais herbívoros? E a dos carnívoros? Eles dizem no projeto que vão fechar 100 mil hectares para acomodar mais de 400 animais de 17 espécies, para que eles vivam soltos. Como vão impedir que os animais saiam deste local?”, questionou.

Ela continuou questionando. “Estas espécies vão se alimentar dos nossos gados? Dos nossos fazendeiros? Dos proprietários de terra que serão desapropriados? A girafa se alimenta do que? As árvores do Jalapão tem porte baixo. Não c
onsigo imaginar a quantidade de impacto que aquela área poderá sofrer? Indagou a professora, acrescentando que projetos desta dimensão não existem em outra localidade do planeta. Ela voltou a afirmar que o ecossistema do Jalapão é frágil. “Claro que o ecossistema não suportaria esta situação. Já houve situações com um grande número de pessoas, agora imagina vários elefantes. Por que tirar os animais de lá e não aproveitá-los no habitat de origem?”, protestou.

O projeto é de autoria do ex-secretário de Saúde do Tocantins, Nicolau Esteves.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Tentando recriar a natureza

Trata-se de um projeto idealizado com toda certeza em alguma mesa de bar e regado a muito whisky, tão grande é a imaginação fértil das pessoas que o conceberam.

Imagine, utilizar uma área de 100 mil hectares na região do Jalapão, estado do Tocantins, para recriar o ambiente dos safáris africanos com animais exóticos importados da África, onde os mesmos ficariam soltos e se alimentariam como se estivessem no seu habitat natural.

É viajar demais na maionese. Só se as pessoas que cuidam dos órgãos ambientais brasileiros pirassem de vez.

Essas pessoas querem recriar em dias, o que a natureza levou milhões de anos para desenvolver.

Como conciliar a fauna brasileira com a fauna africana sem o prejuízo de uma delas, impossível.

Os danos seriam imprevisíveis.

Basta lembrar que a transposição do rio São Francisco, partindo do Tocantins foi barrada em virtude de estudos mostrando os danos ambientais que isso acarretaria a fauna dos dois biomas.

Projeto simplesmente ridículo e lunático.

Abaixo, vídeo divulgado na internet e trecho da matéria publicada no Estadão.





Empreendimento planeja criar um safári africano no meio do Tocantins

Giovana Girardi

Reserva de 100 mil hectares próxima ao Jalapão, com mais de 400 indivíduos de espécies como leões, leopardos, elefantes e búfalos, vivendo como nas savanas da África, custaria R$ 350 milhões

"Brasil e África se juntam depois de milhares de anos que uma fissura nas placas tectônicas transformou o que hoje são dois continentes com características tão semelhantes. Agora já podemos sentir o coração de África no Tocantins." A frase - transcrita literalmente de um vídeo promocional que está circulando na internet - apresenta o projeto de um novo safári tipicamente africano. Só que no meio do Tocantins.

Os empreendedores partem do princípio de que, como no passado Brasil e África foram unidos em um continente só e hoje ambos têm vegetações semelhantes (savana e cerrado), seria possível recriar por aqui o ambiente africano com um investimento de R$ 350 milhões.

O plano foi apelidado de Out of Africa Brasil. Encabeçado pelo ex-secretário de Saúde do Tocantins, Nicolau Esteves, prevê a criação de uma reserva de 100 mil hectares para a acomodação de mais de 400 animais de 17 espécies, como elefantes, leões, leopardos, búfalos, rinocerontes (brancos e pretos), zebras, hienas, kudus e impalas. Predadores e presas vivendo em uma área cercada, sem interferência humana - nem mesmo alimentação. "Vai ser a cadeia natural mesmo", diz o médico mineiro. A ideia é que três hotéis se instalem nas proximidades e ofereçam passeios para ver os animais de perto.

Mas, segundo o Estado apurou, as quantidades sugeridas de cada espécie a ser importada não parecem seguir nenhum estudo que aponte a proporção adequada entre predador e presa. Até o momento foi feita uma consulta ao Ibama de Tocantins, mas não foi enviado um projeto técnico. Agora a sede do órgão em Brasília também analisa a solicitação.

É preciso avaliar, entre outras coisas, se não há risco para a fauna nativa, de extinção das espécies a serem importadas, se há garantia da origem legal desses animais. "É um pedido atípico e de proporções muito grandes. É delicado do ponto de vista da manutenção desses animais, da estrutura, do risco de fuga, dos acidentes que podem acontecer. Estamos vendo com muita parcimônia e sendo bastante reticentes", diz a analista Taciana Sherlock, da coordenação de fauna do Ibama.

Sobre a ideia de que os animais tenham de caçar seu próprio alimento, Taciana foi um pouco mais descrente. "Como podemos liberar a importação de animais para trazê-los para cá para serem abatidos?" Por ser um modelo inédito no Brasil - e talvez no mundo -, o órgão avalia como ele deve ser analisado. Ele não se encaixa em nenhuma categoria prevista de manutenção de fauna em cativeiro. Em geral, empreendimentos que trabalham com exóticos são enquadrados na lei de zoológicos, mas a situação não é bem essa.

Pelo porte do projeto, é de se questionar se não é um caso de introdução de animais exóticos, o que é proibido. A situação fica mais complicada se houver mistura desses animais com a fauna local, como sugerem Esteves e o vídeo na internet. "Uma centena de espécies de animais nativos e africanos silvestres", diz o material em um momento. Em outro, menciona que o projeto tem "característica de preservação ambiental da fauna brasileira e exótica". Nesse cenário, Taciana endurece: "Se tiver isso, vai ser imediatamente vetado”.

Mas o empreendimento tem despertado interesse. Segundo um arquivo apresentado na consulta que lista todas as espécies a serem importadas, o projeto conta com patrocínio de empresas como Toyota, Shell, Mobil, Engen e Total. Ambientalistas que acompanham o processo mencionaram um suposto aval do governo do Tocantins pelo potencial financeiro do empreendimento.

O presidente do órgão ambiental do Estado, o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), Alexandre Tadeu, diz que por enquanto não tem como se dizer a favor ou contra. "Até agora, a única demanda que recebemos foi para criar um termo de referência para orientar os futuros estudos ambientais", diz. Segundo ele, isso deve ser entregue nos próximos dez dias. "É complexo, mas não podemos dizer nada sem ter embasamento."

Pesquisadores também questionam o porquê de um projeto com essas características se o intuito seria conservar a natureza. "Não tem necessidade de trazer animais de fora quando a fauna daqui é tão interessante", diz o biólogo Peter Crawshaw Junior, um dos maiores especialistas em onça-pintada do País. "No mínimo a ideia é de um profundo mau gosto", comenta o ecólogo Paulo De Marco Júnior, da Universidade Federal de Goiás. "E quem diz que dá para recriar as savanas africanas aqui com todas as diferenças que ocorreram entre os sistemas dos dois continentes?"