sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Homofobia e Xenofobia

Dois assuntos polêmicos que estavam latentes há muito tempo, afloraram depois das últimas eleições.

O primeiro, a HOMOFOBIA, que tanto foi exacerbada pelos padres e pastores evangélicos durante a campanha presidencial.
Veja a definição do que é segundo a wikipédia "é um termo utilizado para identificar o ódio, a aversão ou a discri
minação de uma pessoa contra homossexuais".
Para esses religiosos seria como se pessoas homossexuais fossem desprovidas de qualquer direito a liberdade, igualdade, dignidade, intimidade, privacidade e outros direitos resguardados e garantidos por Lei em
nossa Carta Magna.

O segundo, a XENOFOBIA, que também conforme a wikipédia quer dizer "é o medo irracional, aversão ou a profunda antipatia em relação aos estrangeiros".
Pois bem, foi noticiado na mídia nacional logo após o segundo turno da eleição, a manifestação no twiter da estudante paulista de direito Mayara Petruso, abaixo:

Navegando pelo blog Viomundo do Luiz Carlos Azenha, me chamou a atenção carta da advogada Janaína Conceição Paschoal professora de direito da USP, a qual transcrevo abaixo, juntamente com o comentário da professora Heloísa Fernandes da faculdade de filosofia também da USP.

A defesa de Mayara e a carta da leitora

Em defesa da estudante Mayara

"Não parece justo que Mayara seja demonizada como paulista racista, quando o mote da campanha eleitoral foi o da oposição entre as regiões
Sou neta de nordestinos, que vieram para São Paulo e trabalharam muito para que, hoje, eu e outros familiares da mesma geração sejamos profissionais felizes com sua vida neste grande Estado brasileiro.
É muito triste ler a frase da estudante de direito Mayara Petruso, supostamente convocando paulistas a afogar nordestinos.
Também é bastante triste constatar a reação de alguns nordestinos, que generalizam a frase de Mayara a todos os paulistas.
Igualmente triste a rejeição sofrida pelo candidato da oposição à Presidência da República, muito em função de ele ser paulista. Todos ouvimos manifestações no sentido de que, tivesse sido Aécio Neves o candidato, Dilma teria tido mais trabalho para se eleger.
Independentemente da tristeza que as manifestações ofensivas suscitam, e mais do que tentar verificar se a frase da jovem se “enquadraria” em qualquer crime, parece ser urgente denunciar que Mayara é um resultado da política separatista há anos incentivada pelo governo federal.
É o nosso presidente quem faz questão de separar o Brasil em Norte e Sul. É ele quem faz questão de cindir o povo brasileiro em pobres e ricos. Infelizmente, é o líder máximo da nação que continua utilizando o factoide elite, devendo-se destacar que faz parte da estigmatizada elite apenas quem está contra o governo.
Ultrapassado o processo eleitoral, que, infelizmente, aceitou todo tipo de promessas, muitas das quais, pelo que já se anuncia, não serão cumpridas, é hora de chamar o Brasil para uma reflexão.
Talvez o caso Mayara seja o catalisador para tanto.
O Brasil sempre foi exemplo de união. Apesar das dimensões continentais, falamos a mesma língua.
Por mais popular que seja um líder político, não é possível permitir que essa união, que a União, seja maculada sob o pretexto de se criarem falsos inimigos, falsas elites, pretensos descontentes com as benesses conferidas aos pobres e aos necessitados.
São Paulo, é fato, é fonte de grande parte dos benefícios distribuídos no restante do país. São Paulo, é fato, revela-se o Estado mais nordestino da Federação.
Nós, brasileiros, não podemos permitir que a desunião impere. Tal desunião finda por fomentar o populismo, tão deletério às instituições no país.
Não há que se falar em governo para pobres ou para ricos. Pouco após a eleição, a futura presidente já anunciou o antes negado retorno da CPMF e adiou o prometido aumento no salário mínimo. Não é exagero lembrar que Getulio Vargas era conhecido como pai dos pobres e mãe dos ricos.
Não precisamos de pais ou mães. Não precisamos de mais vitimização. Precisamos apenas de governantes com responsabilidade.
Se, para garantir a permanência no poder, foi necessário fomentar a cisão, é preciso ter a decência de governar pela e para a União.
Quanto a Mayara, entendo que errou, mas não parece justo que seja demonizada como paulista racista, quando o mote dado na campanha eleitoral foi justamente o da oposição entre as regiões.
Se não dermos um basta a esse estratagema para manutenção no poder, várias Mayaras surgirão, em São Paulo, em Pernambuco, por todo o Brasil, e corremos o risco de perder o que temos de mais característico, a tolerância. Em nome de meu saudoso avô pernambucano, peço aos brasileiros que se mantenham unidos e fortes!"

JANAINA CONCEIÇÃO PASCHOAL, advogada, é professora associada de direito penal na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.


Racismo às avessas

"Lendo as absurdas argumentações da professora Janaina Paschoal “Em defesa da estudante Mayara”, lembrei que grandes pesquisadores do racismo e preconceito no Brasil, como Roger Bastide e Florestan Fernandes, denunciaram a lógica da inversão. Graças a ela, não apenas não somos racistas, como, ademais, tudo que acontece é culpa da vítima. Se não fossem os negros, os nordestinos, os pobres, as prostitutas, os homossexuais, se Lula não fosse presidente, a estudante Mayara não teria cometido o destempério de pedir o assassinato de ninguém e tampouco teria sido demonizada. Coitadinha dela!
"

HELOÍSA FERNANDES, professora associada de Sociologia da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Tirem suas conclusões!

Um comentário:

  1. Se a Dra Janaína é filha de Nordestinos é só mais um motivo para ela ser contra este racismo nada às avessas!! O que a Sra quer dizer com o fato de seus pais serem nordestinos Dra Janaína?? que os Nordestinos que devem ser mortos são só os que ficaram no nordeste? Vc por ser filha de nordestinos pode ter o preconceito?? Quer dizer que a culpa do preconceito é do Presidente Lula?? Ridícula!!

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