segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Bolsonaro outra vez

Novamente a polêmica do "kit gay" é ressuscitada no congresso nacional pelo deputado Jair Bolsonaro, que dessa vez ataca diretamente a presidente Dilma Rousseff. (entenda o caso clicando aqui e aqui)

Abaixo, artigo do jornalista Carlos Chagas e vídeo com o pronunciamento do deputado.


A FRUSTRAÇÃO DE UM RESSENTIDO

Por Carlos Chagas

A agressão do deputado Jair Bolsonaro à presidente Dilma Rousseff tem raízes podres. Mais do que atingir a chefe do governo, sem preocupar-se em criticar sua administração preferiu tirar do lixo a própria frustração. Não agüentou ver uma ex-participante da luta armada contra a ditadura sancionando a criação da Comissão da Verdade, quando mesmo sem levar a julgamento os responsáveis por crimes de tortura e assassinato, será possível identificá-los e apontá-los à execração pública.
Foi essa a razão do destempero do parlamentar que há décadas identifica-se com o que de pior emergiu do regime militar. Assistir uma antiga guerrilheira exercer a presidência da República e a chefia suprema das forças armadas já representou um golpe para o ex-capitão eleito às custas do ressentimento de minorias retrógradas. Mas foi demais ver Dilma compondo um grupo destinado a revelar as entranhas da ditadura.
Engana-se quem supuser aplaudindo Bolsonaro os participantes e os partidários do período em que os militares detiveram o poder. Pelo contrário. Mesmo os mais arraigados defensores daqueles anos bicudos rejeitam a intervenção do tresloucado representante do Rio. Vão engolir a Comissão da Verdade e, se tiverem condições, aproveitarão a oportunidade para ajudar a memória nacional a desvendar o outro lado, ou seja, identificar aqueles que em nome da luta contra o regime também assassinaram, seqüestraram e torturaram. Coisa que só os tarados admitem, porém, é apoiar as aleivosias do deputado contra a presidente.
A esse propósito, muita gente sustenta que o Conselho de Ética da Câmara deveria abrir processo contra Bolsonaro, chegando até a cassar-lhe o mandato. Melhor não. Seria dar mais palco ao palhaço. Oferecer-lhe a condição de vítima. É preferível que continue a ocupar o lugar que lhe cabe no Congresso: o esgoto, que também corre nas profundezas.

Publicado no JBF em 26/11/2011.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Como fazer licitação pública no Ceará

No vídeo abaixo, flagrante do governador Cid Gomes, planejando, ou melhor arquitetando, ou melhor ainda tramando, como meter a mão no dinheiro público, junto com empresários da construção civil, no estado do Ceará.

Como dizia o velho ditado, uma imagem vale mais do que mil palavras.
Assista.


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

É a mais pura verdade

Mais um e-mail recebido. Dessa vez trechos extraídos de uma das deliciosas crônicas do Luis Fernando Veríssimo “Tem Mulher Quem Pode”, de uma sabedoria fora do comum.

Leia e acredite nisso.

“Tenho apenas um exemplar em casa, que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém.
Mulher vive de carinho.
Dê-lhe em abundância.
É coisa de homem sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro.
Beijos matinais e um 'eu te amo’ no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia.
Flores também fazem parte de seu cardápio – mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade.
Respeite a natureza. Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia.
Não faça sombra sobre ela.
Se você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.
Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar.
O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios.
Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo.
É, meu amigo, se você acha que mulher é caro demais, vire gay.
Só tem mulher quem pode!”

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Verdade ou mentira?

Segundo os blogs progressistas, junto com algumas publicações consideradas de esquerda, a Rede Globo, Folha de São Paulo, Estadão, Veja, pertencem ao PIG, sigla criada por eles mesmos que significa Partido da Imprensa Golpista, e que junto com a oposição, leia-se PSDB e simpatizantes, tentam desesperadamente desestabilizar o governo Dilma Roussef denegrindo a imagem do país, divulgando somente as mazelas e o atraso, com o intuito de tomar o poder a qualquer preço.

Já a direita ou o “PIG” por sua vez acusa a situação de incompetência, corrupção e usurpação de planos econômicos criados por eles (no caso plano real, lei de responsabilidade fiscal e etc.)

É justamente aí que ficamos sem entender. Ora, se a Globo é tudo isso que foi citado acima, então porque cargas d’água no Jornal Hoje do dia 21/11, a emissora divulga um vídeo com matéria mostrando a criação de 400 mil empregos para os próximos dois anos no Brasil, só na área portuária?

Bom, pendengas a parte, o que queremos dizer é que independente de posições ideológicas, o mais importante é que acreditamos no futuro do nosso país e desejamos que cada vez mais, o progresso e a qualidade de vida façam parte das gerações do presente e do futuro.

Assista a seguir, vídeo com a matéria citada acima.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Internet gratuita

Finalmente o compromisso foi cumprido.

Como noticiamos em postagem anterior de 03/04/2011, clique aqui para rever finalmente chegou a internet gratuita para Palmas e mais seis cidades do Tocantins.

Parabéns a todos que se empenharam nessa valiosa conquista para a classe estudantil e população menos favorecida do Estado.

Abaixo, matéria publicada no site Cleber Toledo ontem 21/11.

UFT e Prefeitura lançam projeto de internet gratuita em Palmas

Da Redação - 21/11/11 14h25

O acesso gratuito a internet está disponível desde à manhã desta segunda-feira, 21, para os habitantes do setor Santa Bárbara, na região Sul de Palmas. A internet wireless, com velocidade de 128 kb/s a 512 kb/s ocorre em razão do Programa UFT Conecta, resultado de uma parceria entre Prefeitura de Palmas e Universidade Federal do Tocantins. Até o dia 12 de dezembro, serão inauguradas outras 15 antenas, que darão cobertura a toda a cidade. As informações são da Prefeitura de Palmas.

O lançamento oficial do Programa foi realizado na Escola Municipal de Tempo Integral do Santa Bárbara, onde está instalada uma das antenas de internet, pelo Prefeito de Palmas, Raul Filho e o Reitor da UFT, Alan Barbiero. Além do Setor Santa Bárbara, foram instaladas mais 15 torres de transmissão de sinal em toda a cidade, que propiciará a cobertura da rede wireless em todo o plano diretor da Capital.

O projeto é resultado de uma emenda parlamentar do deputado federal Laurez Moreira, que além de Palmas, irá beneficiar os outros 06 municípios onde a UFT possui Campi. Em Palmas, a Prefeitura de ficou responsável pela outorga junto a Anatel e pelos locais onde foram instaladas as antenas, escolas municipais, sendo que toda a infraestrutura, instalação e viabilização técnica é realizada pela Universidade.

Na ocasião o reitor da UFT, Alan Barbiero, ressaltou a capacidade inclusiva do Projeto, que foca a população de baixa renda. “Ressaltamos a condição social desse projeto, que propiciará a população possibilidade de fazer pesquisas, acesso as redes sociais a cultura e lazer, entre outras ferramentas disponíveis pela internet, nosso foco principal são estudantes e trabalhadores”, frisou.

Conforme o diretor de Tecnologia da universidade, Rogério Nogueira, o projeto oferece sinal de internet gratuito, com 500 metros de alcance e velocidade de até 512k, que possibilita acesso a e-mails, redes sociais, sites de notícias e pesquisas.

Já o prefeito Raul Filho também frisou o componente social do Projeto, e a importância do mesmo, tanto para Palmas, quanto para os municípios do Interior. “O acesso a internet se tornou fundamental para a vida de todo cidadão e por meio dessa parceria com a UFT, iremos incluir toda a população de Palmas, principalmente aqueles que mais precisam, e não tinham condições de pagar pelo acesso a internet”, ressaltou.

O Prefeito ressaltou também que até 12 de dezembro toda a cidade será atendida com o sinal de internet gratuito.

A aluna Isabel da Silva, representando toda a comunidade estudantil da Escola de Tempo Integral do Santa Bárbara, resumiu em sua fala a expectativa do público que será atendido pelo projeto e também enfatizou a importância de se estar, literalmente, conectado ao mundo pela internet. A estudante Raylane também destacou que agora poderá fazer os trabalhos escolares em casa mesmo. "Antes precisava ir para uma lan house ou vir acessar na escola. Com o projeto a gente pode ter internet em casa", disse.

Para se cadastrar o usuário deve acessar o site www.uftconecta.uft.edu.br preencher um cadastro para gerar uma senha.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A magia do futebol

Raramente ainda escutamos pessoas fazerem questionamentos como “o que vocês vêm nesse esporte?” ou “como alguém pode ser tão fanático por futebol?”.

Alguns dizem que é pelo fato de ser um esporte democrático, pertencente a todas as classes sociais. Outros porque é onde o mais fraco tem a possibilidade de derrotar o mais forte e vice-versa.

Na verdade, as respostas para essas questões não têm muita lógica, o que existe mesmo é uma paixão sem muitas explicações. O amor por uma equipe de futebol ultrapassa a razão, e como diria o poeta, uma paixão que a própria razão desconhece.

Ontem 20/11, no programa Esporte Espetacular da Rede Globo, o Pedro Bial, aquele do BBB, selecionou o que ele considera os melhores gols do Brasileirão 2011.

Assista aos gols no vídeo abaixo.


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Outro movimentozinho sem futuro

E como alguns brasileiros gostam de copiar moda do estrangeiro como diziam os mais antigos, plagiando o “ocupe wall street”, alguns desocupados resolveram criar o “ocupe sampa”.

Coisa de quem não tem mesmo o que fazer, movimento sem liderança, sem uma causa definida, contra tudo e a favor de tudo. A única coisa que ainda se salva é a distribuição de alimentos aos moradores de rua que aderiram ao movimento, e aí não é preciso nem falar o motivo pelo qual aderiram.

Vejam abaixo vídeo sobre o assunto.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Geração sem rumo

Mais uma polêmica tomou conta da mídia nos últimos dias no Brasil com a invasão do prédio da reitoria da USP – Universidade de São Paulo, por um grupo de estudantes e depois desocupada através de ordem judicial pela Polícia Militar de São Paulo.

Há algumas décadas atrás, ao inverso do que acontece nos dias atuais, a maioria dos estudantes eram movidos por idéias que circulavam não só no meio acadêmico, mas também em outras esferas e contextos, trazendo contribuições para a sociedade como um todo.

O que estamos vendo hoje é um vazio deixado com a falta de ideologia e de rumo da juventude brasileira, em especial a dos jovens paulistas, seja no tocante a orientação política, social ou cultural.

Através do blog Viomundo do Luiz Carlos Azenha, tomamos conhecimento da excelente matéria do jornalista e cineasta Maurício Caleiro, publicada em 09/11, que destrincha com uma sapiência extraordinária as causas e efeitos dessa falta de compromisso e desorientação da sociedade brasileira.

A seguir reproduzimos a matéria citada acima e postamos vídeo também divulgado no Viomundo, mostrando uma reunião entre socialites da sociedade paulistana debatendo o assunto. Está aí o exemplo vivo da atual situação. Tirem suas próprias conclusões.

Reações a doença de Lula e a PM na USP, evidenciam crise ideológica e cultural

Por Maurício Caleiro

As reações, na internet, a dois eventos recentes – o anúncio de que o ex-presidente Lula está com câncer e a atuação da PM na USP – têm causado perplexidade e repulsa pelo modo agressivo com que se expressam e pelo que evidenciam de falta de educação, preconceito e inadaptabilidade ao debate democrático. Mas, como veremos, há mais pontos em comum entre essas duas manifestações de intolerância do que à primeira vista sugerem.

Agressões ao doente
Receber a notícia de que alguém está com câncer – ou com outra doença tida como grave – costuma despertar compaixão no ser humano. Alguns atribuem tal reação a uma suposta bondade inerente à nossa espécie, acreditando que por baixo das máscaras que adotamos para a vida em sociedade vicejam corações plenos de boa intenção; os não-rousseaunianos, mais reticentes, afirmam tratar-se de uma reação ditada pelo instinto de preservação: o temor de que venhamos a padecer da mesma enfermidade faz com que nos identifiquemos com a dor alheia como forma de esconjurá-la.
Seja como for, considera-se que festejar e regojizar-se com o anúncio da doença alheia é reação que ultrapassa todos os limites do bom senso e da convivência em sociedade. É por isso que o que se viu, na internet mas também nas redações, logo após o anúncio de que Lula está acometido de um câncer na laringe, marca um dos pontos mais baixos do debate público no Brasil. No momento de maior fragilidade do ex-mandatário, deu-se vazão a todo o ódio e preconceito de classe acumulado nos anos em que ele esteve no poder.
O texto definitivo sobre o caso veio da pena cada vez mais afiada de Maria Inês Nassif, que entre outros pontos relevantes apontou que não é de hoje que o respeito mínimo devido a todo presidente eleito não tem lugar quando se trata de Lula da Silva – e que entre os que através de tal procedimento desrespeitam a própria instituição da Presidência está a própria mídia, que deveria dar o exemplo.

Insultos aos estudantes

Pois nem bem as forças democráticas se recuperavam de tais excessos agressivos – que levaram até jornalistas notadamente conservadores a reclamar – e o país já se via diante de um novo efeito-manada, uma onda de insultos contra estudantes da USP que, em reação contrária à decisão (tomada em assembléia própria) de desocupar o prédio administrativo da FFLCH (Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas) decidiram ocupar a Reitoria para continuar protestando contra a ação da PM no campus, com revistas constantes, que culminaram na prisão de três alunos de Filosofia flagrados com um cigarro de maconha.
Daí em diante o que se viu, mesmo entre autointitulados esquerdistas, foi uma onda de protestos contra o que chamam de “os maconheiros da USP”. Mesmo deixando de lado a generalização descabida, há, em pleno século XXI – quando as principais democracias reconhecem que o uso de maconha é questão de foro pessoal e do âmbito da saúde, não da segurança pública – algo de intrinsecamente anacrônico no uso do ajetivo “maconheiro” como forma de promover estigmatização e desqualificação. Além disso, assim como ocorreu com a doença do ex-presidente, o que o fenômeno da reação virulenta à invasão da Reitoria da USP nos traz é, uma vez mais, o ódio de classe e os recalques de fundo psicológico, vindos à tona de forma agressiva e com vocabulário tosco. A internet enquanto catarse.

A herança do desmanche

A realidade, porém, é bem mais complexa do que os histéricos querem fazer crer. Como explica de forma detalhada o professor da USP Pablo Ortallado, em ótimo artigo, a violência na instituição está diretamente ligada a um processo de restrição cada vez maior do exercício da democracia interna. Por meio deste, a USP é, hoje, uma das universidades públicas brasileiras em que professores, servidores e alunos têm o menor peso nas decisões importantes, a cargo de colegiados de membros de estâncias burocráticas superiores que se transformaram em verdadeiros feudos, onde o poder se perpetua nas mãos de poucos.
Em decorrência disso, cerceia-se ao máximo o raio de ação política dentro das regras do jogo por parte de alunos, professores e funcionários. Ora, quem já pássou por uma ditadura sabe: quando as regras reprimem o exercício da democracia, é dever do democrata desobedecer e lutar pela modificação delas. Achar que a brutal repressão institucional a que a USP vem sendo submetida nos últimos 20 anos iria ser aceita passivamente é subestimar a inteligência dos uspianos.
Agrava essa situação o modelo urbanístico adotado pela universidade paulista, que é criticado, entre outros, pela arquiteta e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/USP) Raquel Ronik, o qual colaboraria para a segregação social no campus e entre moradores da cidade e uspianos, como apontam os alunos de Relações Internacionais Leonardo Calderoni e Pedro Charbel, em artigo que denuncia a forma manipuladora como o conceito de autonomia é instrumentalizado pela mídia e pelas autoridades universitárias.
O PSDB tem um papel preponderante nesse estado de coisas, não só porque, à frente do governo de São Paulo há 17 anos, é co-responsável pelo estágio urbanístico-social-institucional da USP, mas porque José Serra – que não nomeou o candidato a reitor que ocupava o primeiro lugar na lista tríplice, preferindo o polêmico Rodas – e Geraldo Alckmin estavam a cargo do governo nas duas vezes em que a Tropa de Choque da PM, num ato inimaginável numa verdadeira democracia, invadiu o campus – a mais recente na manhã de hoje -, utilizando de violência desmedida contra estudantes desarmados.

PM no campus
A reação de apoio à ação da polícia, mesmo nas raras vezes em que é expressada de forma polida e educada, evidencia o profundo conservadorismo que marca a sociedade brasileira atual. Trata-se de um paradoxo: no momento mesmo em que 28 milhões deixaram de ser miseráveis e 40 milhões ascenderam à classe média, e que o Brasil tornara-se efetivamente um player na política internacional, o debate sobre questões internas involui não apenas na forma (a difamação e os ataques pessoais substituindo o diálogo civilizado e a argumentação), mas também no conteúdo (com pressupostos que há pouco eram exclusivos de fanáticos de direita tornando-se de uso corrente entre os estratos médios e altos).
Seria preciso uma alta dose de auto-engano para não se aperceber que o país, tanto em termos culturais quanto ideológicos, claramente retrocedeu, se comparado àquele de 40, 50 anos atrás. Não há como comparar o nível das discussões públicas hoje, no Brasil, àquele que se deu, por exemplo, no bojo do processo de redemocratização do país.

Regredimos?

Antes que as palavras aqui ditas sejam distorcidas, cabe assinalar que não se quer com isso, de forma alguma, sugerir que o ambiente da ditadura era mais profícuo em termos culturais e ideológicos do que os atuais. Ainda que isso seja verdade em alguns períodos – notadamente entre 1964 e 1967, hiato que o crítico literário Roberto Shwarz qualificou como os “anos de hegemonia cultural da esquerda” -, isso se deve mormente ao ímpeto anti-ditatorial de artistas da coragem e do talento de um Chico Buarque ou de um Vianinha – e à necessidade de unir-se no combate a um inimigo em comum.
Na verdade, a crise ideológica e cultural que hoje uma vez mais se agrava tem como origem justamente a ação sistemática da ditadura contra as formas culturais mais autênticas e mais revolucionárias, em prol do investimento vultoso na constituição de uma sociedade televisiva de massas – uma herança que os civis de direita que marcaram o longo período de transição para a democracia só açularam, muitos com proveito eleitoral.

O preço da desideologização
Há uma década, a centro-esquerda tem sido eleita, é verdade, mas, como as eleições que culminaram com a vitória de Dilma Rousseff evidenciaram de forma inconteste, não foi através de uma proposta programática de perfil ideológico – muito pelo contrário: tal como o “Lulinha Paz e Amor” de oito anos antes, a hoje presidenta submeteu-se ao regime padrão de marquetagem, chegando, ao final da campanha, ante as baixarias desmedidas de José Serra, a retroceder em questões de suma importância, como o aborto.
É precisamente quando se evidencializou de forma mais clara, àqueles que não se recusaram a ver, que a crise ideológica transcendia as questões colocadas pelo neoliberalismo, as quais dominaram o período imediatamente anterior (e, muitas delas, continuam na ordem do dia), e que a crise cultural, como qualquer crise estética, era também uma crise ética.
“Mas o importante é que eles venceram” – dirá o esquerdista pragmático. Sim, venceram, mas o preço que a sociedade brasileira como um todo vem pagando por essa recusa em um debate ideológico é uma despolitização da política, uma desideologização da esfera pública que ao final só beneficia os grandes grupos de mídia corporativa, os quais têm como interesse precípuo obter pontos no Ibope, e não levar cultura e educação ao público espectador, como “exige” a Constituição.

Dieta indigesta

A sobreposição do marketing à política e a naturalização das telecomunicações como meio de entretenimento – seja através das narrativas ficcionais das novelas ou das narrativas prontojornalísticas dos telejornais – certamente desempenham um papel fundamental nesse processo de alavancagem do conservadorismo desinformado, pois não há como evoluir ética e ideologicamente com uma dieta de Datenas, Lucianos Huck, CQCs e coisas do gênero. Um país que, há 11 anos, quase para durante meses para assistir a Big Brother Brasil está profundamente enfermo em termos de ideologia, ética e estética – e negar isso em nome de uma suposta pluralidade democrática de escolhas é tapar o sol com a peneira.
E a relação entre política e mídia está diretamente imbricada na questão: cada vez que o governo Dilma demite um ministro após um factóide da Veja, não só estimula um jornalismo-denúncia – forte em escândalo mas fraco em evidências -, mas, ao fortalecer a posição da revista ante o público, está, na prática, incentivando a difusão de um ideário conservador (inerente à publicação) que transcende a política e se torna moeda corrente em questões comportamentais e culturais.
É pelas razões acima expostas que já passa da hora dos governos ditos de centro-esquerda renunciarem à ferrugem neoliberal que emperra o protagonismo do Estado na área cultural e tomarem as rédeas de um projeto de elevação do nível educacional e cultural do povo brasileiro, sob a pena não apenas de serem derrotados eleitoralmente, mas de legarem ao futuro um país ainda mais conservador, ignorante e truculento do que o que herdaram.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Ficha Limpa, o imbróglio continua

As leis no Brasil são assim, no início parecem ser de interesse público e depois descambam para beneficiar os corruptos.

Depois de todo o sacrifício da mobilização dos movimentos populares para recolhimento das assinaturas que deram origem ao projeto de lei e a referida ter sido votada em regime de urgência no congresso nacional, levada em seguida ao STF para definir sua constitucionalidade e aplicabilidade, deu-se o empate em cinco a cinco entre os ministros e mesmo assim o TSE resolveu adotar os procedimentos para as eleições de 2010, ficando a decisão final para quando da nomeação do décimo primeiro ministro que no caso foi o ministro Luiz Fux, que desempatou contra a aplicabilidade da lei nas eleições que se sucederam, e ufa! Etc. etc.

Pois bem, agora para as eleições de 2012 começaram-se novas discussões, novos entendimentos e novos pedidos de vistas, levando nós eleitores a acreditar que tudo vai acabar numa nova enganação criando artifícios para beneficiar os poderosos.

Abaixo, matéria publicada na Folha de São Paulo
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09/11/2011-19h12
Fux defende validade da Ficha Limpa, mas julgamento é suspenso

FELIPE SELIGMAN
De Brasília

Um pedido de vista do ministro Joaquim Barbosa suspendeu nesta quarta-feira o julgamento da Lei da Ficha Limpa no STF (Supremo Tribunal Federal).
Antes de o julgamento ser interrompido, o relator, ministro Luiz Fux, manifestou-se parcialmente favoràvel à aplicação da lei nas próximas eleições, em 2012.
Em seu voto, Fux defendeu que políticos que renunciem a seus mandatos para evitar a cassação possam se candidatar na eleição seguinte. Fora este ponto, toda a lei foi considerada constitucional por Fux.
Em longo voto, Fux afirmou que é constitucional praticamente toda a legislação, inclusive a parte da lei que proíbe a candidatura de um político condenado por órgão colegiado (mais de um juiz), mesmo que ainda exista a possibilidade de recurso.
Para ele, também é válida a norma que torna inelegível o profissional que teve o registro cassado por entidade de classe.
Segundo o ministro, esses pontos não ferem o princípio da presunção de inocência. "A presunção de inocência, sempre tida como absoluta, pode e deve ser relativizada para fins eleitorais", afirmou.
Ele fez apenas uma observação de que os oito anos de inelegibilidade após o cumprimento da pena é tempo excessivo e votou por possibilitar o abatimento deste tempo pelo período em que o candidato ficou inelegível antes de cumprir a pena -- no caso dos políticos barrados mesmo com possibilidade de recorrer da condenação.
Em relação à renúncia, ele disse que a lei foi abusiva ao determinar que um político fica inelegível se renunciar ao mandato após a apresentação "de representação ou petição" contra ele no conselho de ética. Segundo Luiz Fux, os políticos só podem se tornar inelegíveis se renunciarem após a abertura de processo contra eles.
Na prática, se essa parte do voto prevalecer, a decisão livra pessoas como Joaquim Roriz e Jader Barbalho da inelegibilidade. Isso porque ambos renunciaram antes da abertura do processo.
O tribunal começou a julgar hoje duas ações que pedem a constitucionalidade da lei, propostas pela Ordem dos Advogados do Brasil e pelo PPS, e uma que pede a inconstitucionalidade de parte da lei, do CNPL (Conselho Nacional de Profissionais Liberais).
Barbosa interrompeu a discussão para evitar um novo empate, uma vez que a Corte conta com apenas 10 ministros desde a aposentadoria da ministra Ellen Gracie, em agosto. Rosa Weber, escolhida para assumir a vaga, ainda precisa passar por sabatina no Senado.
Barbosa deverá trazer um voto totalmente favorável à validade da legislação.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Já é um bom começo

Apesar de não atender suficientemente suas necessidades, a cidade de Palmas capital do Tocantins, há poucos dias atrás, começou a sentir melhoras em sua iluminação pública.

Não é o ideal porque ainda existem muitas áreas às escuras, principalmente em quadras mais afastadas do centro da cidade, mas é melhor que nada.

Esperamos que a administração pública municipal da capital, aproveite a oportunidade das eleições de 2012, já que é de praxe os governantes implementarem suas obras somente próximo ao período eleitoral, e promova a continuidade das obras de interesse da população palmense.

Abaixo, matéria publicada no site da prefeitura de Palmas, em 02/11/2011.

Avenidas de Palmas recebem nova iluminação

Dinormanda Azevedo

Quem passa pelas Avenidas NS 02, NS 04 e Palmas Brasil já percebe mudança significativa na iluminação pública. Os postes de concreto estão dando lugar a postes de aço galvanizados, que além de trazer benefícios estéticos para a cidade, trazem também economia, uma vez que a vida útil dos mesmos é superior a dos demais. A previsão é de que no mês de setembro a nova iluminação seja ativada.

A obra que contempla a NS 02, próximo a feira da 304 sul e segue até NS 04 na altura quadra 1.206, passando pela Avenida Palmas Brasil, está orçada em 1 milhão e quatrocentos mil reais, verba reservada à aquisição do material, pois a economia estende-se também à mão de obra utilizada, os trabalhadores empregados são servidores do município.
“Mesmo com recursos escassos, a população percebe que a Prefeitura está sempre trabalhando para que a cidade fique cada dia mais bonita”, afirma Alcir Tavares Júnior diretor de iluminação pública.

Serão 225 novos postes, com formato inovador, que atendem às perspectivas de uma cidade bonita e planejada como Palmas. As luminárias e postes que estão sendo substituídos serão reutilizados pela Diretoria Municipal de Iluminação Pública em outros locais da capital de acordo com a necessidade.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Acredita que ainda dá!

Depois de uma rodada alucinante, o campeonato brasileiro continua totalmente indefinido. O Corinthians e o Vasco perderam e o Flamengo atropelou o Cruzeiro com o placar histórico de 5 x 1, ficando a apenas 3 pontos dos líderes.

Como ainda faltam 5 rodadas para o final do brasileirão, tudo é possível. Vamos apoiar o Mengão e continuar torcendo por um tropeço dos adversários.

Assista abaixo, aos gols da partida entre o Fla e Cruzeiro.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Mesquinhez humana

Até onde é possível chegar a mesquinhez de alguns.

Desde que foi noticiado que o ex-presidente Lula está em tratamento de saúde devido a um câncer de faringe, que as minorias retrógradas aproveitam como gosta de dizer certo colunista social do meio artístico, para destilar seus venenos em comentários maldosos e desrespeitosos contra sua pessoa em veículos como Folha de São Paulo e Estadão.

É como se o Lula fosse responsável por todas as mazelas ocorridas no país nos últimos quinhentos anos desde seu descobrimento.

Venhamos e convenhamos, o ser humano não é perfeito e por isso nem todas suas atitudes são irretocáveis. Porém, de todos os presidentes que o Brasil teve nos últimos cinqüenta anos em que me entendo por gente, nenhum elevou o nome do Brasil no exterior em um tão alto grau de respeitabilidade quanto ele. Isso sem falar nos investimentos internos nas áreas sociais elevando a qualidade de vida bem como a alta estima do povo brasileiro.

De certa forma, é bom que essas correntes atrasadas continuem a demonstrar o rancor e o ódio contra aqueles que se preocupam com as classes menos favorecidas, porque o povo jamais lhes dará outra oportunidade de voltarem ao poder.

Mas, o tempo não para e o Brasil continua sendo o país da esperança. E aqui fica registrado neste humilde espaço os votos ao ex-presidente de sua plena e rápida recuperação.

Abaixo, vídeo com o presidente Lula agradecendo o apoio e a solidariedade da grande maioria dos brasileiros.