quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Repreensão ou diálogo?

Tem gerado polêmica entre famílias, professores, psicólogos e outros profissionais da educação, a questão de como os filhos devem ser educados.

Uns defendem a palmada, o castigo físico ou psicológico, a repressão através da proibição, entre outras coisas. Outros defendem que tudo deve ser conciliado através do diálogo.

Achei interessante a matéria de autoria da Dra Evelyn Eisentein, publicada ontem 26/10 no site Viomundo do Luiz Carlos Azenha, a qual transcrevo na íntegra, a seguir.

Doutora Evelyn Eisentein: Palmadas fazem mal à saúde

por Evelyn Eisentein

Crianças e adolescentes estão em fase de crescimento e desenvolvimento corporal, mental, emocional, social. Necessitam, portanto, de apoio e proteção social. Uma simples questão de Direitos à Saúde e Vida, mas que se tornou bastante complexa no Brasil de hoje. A violência diária, estrutural e cultural vai sendo banalizada e se tornando um ciclo vicioso entre gerações.

É isso o que queremos? Saúde ou doença? Em quais escolhas investiremos para nossos filhos, os escolares, os universitários em cada canto do país? Castigar e maltratar? Ou proteger e prevenir todos os tipos de violência e abusos?

A “punição corporal”, que vem sendo justificada como uma “disciplina familiar”, é na realidade, um abuso “silencioso” que vai humilhando e traumatizando a criança. Isso trará conseqüências em seu aprendizado e rendimento escolar, na sua (des)integração social e no uso de drogas/álcool, aumentando os dados estatísticos de mortes por causa externa ou “fatalidades” (homicídios, suicídios e acidentes), perigos que poderiam ter sido prevenidos, se a atitude de construção para a vida fosse outra, de educação para a paz e a saúde!

O castigo corporal é a força física empregada com intuito de castigar, disciplinar, silenciar, ameaçar ou controlar o comportamento ou a conduta impulsiva da criança/adolescente em qualquer situação ou local de moradia. É considerado como abuso físico e emocional, pela Organização Mundial de Saúde, porque a intenção é “punir” em vez de “dialogar”. Muitos atos considerados “disciplinares” são punitivos e abusivos em vez de serem construtivos e preventivos. Às vezes envolve palavras, xingamentos ou ameaças como, “não vai jantar” (quando a alimentação é vital para o crescimento saudável e dormir com fome se torna um castigo de negação do amor!) ou “vai ficar preso em casa” (quando a moradia deveria representar espaço de abrigo e refúgio prazeroso em vez de prisão domiciliar!).

Mas o pior é que começa com uma “palmada” ou “palmatória” e vai se intensificando em atos e castigos cada vez mais violentos e humilhantes. Muitas crianças ao serem atendidas, dizem chorando, baixinho: “deixei de sentir a dor!”

Geralmente os castigos acontecem por causa de raiva, tensão ou desespero da pessoa que deveria cuidar e ser mais responsável. Alguém estressado por outras razões e que desconta seu furor na criança, como se fosse um “saco-de-pancadas” pois “não quer perder tempo, explicando o por quê das coisas” para essa criança “teimosa” e “pirralhenta”.

A punição usa controles externos e revela abuso do poder coercitivo, da força ou da dominância patriarcal ou de gênero. Além disso, o uso de qualquer objeto no intuito de punir, bater, castigar, torturar é inaceitável e inapropriado em qualquer idade e em qualquer cidade dos países que assinaram e ratificaram acordos internacionais das Nações Unidas, como é o caso do Brasil.

A Declaração Universal dos Direitos da Criança, a Convenção dos Direitos da Criançae o nosso Estatuto da Criança e do Adolescente de Outubro são contra a violência e a favor da dignidade, do respeito e da proteção social da criança, na família, na sociedade e no Estado.

Isso significa que “bater” na criança não é permitido em nenhuma circunstância e sempre é injustificável: “maltratar” significa prejudicar alguém e “maus tratos” são todos os tipos de abuso, negligência, abandono ou exploração.

Segundo o projeto de Lei 7672/2010, o Brasil se prepara para rever alguns dos artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente, que responsabilizam os pais e integrantes da família ampliada, assim como quaisquer outras pessoas encarregadas de cuidar, tratar, educar ou vigiar crianças e adolescentes, por utilizarem o castigo corporal ou tratamento cruel ou degradante como forma de correção, disciplina, educação ou a qualquer outro pretexto. Todos estarão sujeitos às medidas previstas e sanções cabíveis em lei. E também, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios atuarão de forma articulada na ampliação das políticas públicas e na execução de ações preventivas destinadas a coibir o castigo corporal ou qualquer tratamento cruel ou degradante.

Precisamos refletir também sobre as justificativas da frequente “falta de recursos”, pois o Brasil é um “país de todos” e crianças e adolescentes são “prioridade absoluta” na lei. Portanto, está mais do que na hora de as políticas públicas de prevenção e educação em saúde saírem do papel e serem implementadas e executadas!

A violência não é só contra-indicada como remédio para controlar comportamentos, mas também como droga de uso letal, pois causa danos, lesões e mortes e ainda repercussões mentais na vida adulta, da mesma forma como o abuso de tantas outras drogas por parte da população doente. Isso inclui a que se encontra em prisões, delegacias ou traumatizadas e atendidas nas emergências e nos serviços psiquiátricos. São pessoas que não tiveram a chance de crescer sem palmadas e com o afeto que necessitavam quando crianças e adolescentes! Proteção social e prevenção da violência são as melhores vitaminas da receita para o crescimento saudável do Brasil!

Evelyn Eisentein é médica pediatra e clínica de adolescentes, professora adjunta da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e membro da International Society for Prevention of Child Abuse and Neglect (ISPCAN) , representando o Brasil.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sinceridade é a palavra

Navegando na net descobri essa jóia que não poderia deixar de compartilhar com meus leitores e seguidores.

O vídeo abaixo mostra o que acontece com a maioria dos políticos brasileiros que vivem de viagens e passeios por conta do contribuinte e ainda se orgulham disso.

Agora, venhamos e convenhamos o vereador em questão foi pelo menos muito sincero em suas convicções.

Nós eleitores gostaríamos que todos os políticos seguissem seu exemplo e nos contemplassem com seus sinceros depoimentos, principalmente antes das eleições.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

É censura, ou não?

Essa é a pergunta para alguns episódios ocorridos nas últimas semanas.

Primeiro foi a deputada baiana Luiza Maia que lançou um projeto de lei proibindo órgãos públicos de contratar bandas que segundo ela denigrem a imagem da mulher cantando músicas de duplo sentido.

Em seguida veio a ministra Iriny Lopes da secretaria de política para as mulheres, que se envolveu em outras polêmicas como tentar proibir um comercial de calcinhas da empresa Hope e também criticar e sugerir mudanças no enredo da novela fina estampa e no programa zorra total da Rede Globo.

Por um lado acho muito saudável essa discussão porque incentiva o senso crítico das pessoas, em contrapartida é necessário que esses assuntos sejam bastante debatidos para não se correr o risco de tomar algumas atitudes que nos levem ao retrocesso da censura.

Assista abaixo, vídeos com reportagem do fantástico sobre a polêmica baiana, o comercial da Hope, charge do Maurício Ricardo com a ministra Iriny e clip com a banda baiana O Troco.







terça-feira, 18 de outubro de 2011

O Brasil da Corrupção e da Impunidade

È uma lástima, enquanto de um lado existe o Brasil que trabalha, que cresce, que desenvolve, em contrapartida vem o outro do atraso, da corrupção, da impunidade. É um escândalo atrás do outro.

Não estamos aqui a falar dos mensalões, valeriodutos, sanguessugas e outros desmandos, vamos nos ater aos acontecimentos mais recentes ocorridos nos ministérios do atual governo.

Primeiro foi o Palloci, ministro da Casa Civil, já reincidente por ter se metido no caso denominado “caseirogate” no governo passado, foi demitido sob suspeita de tráfico de influência e que em um ano multiplicou seu patrimônio em muitos milhões de reais.

Em seguida foram mais três ministros, Wagner Rossi da agricultura, Alfredo Nascimento dos transportes e Pedro Novaes do turismo, todos acusados de improbidade por superfaturamento de obras e serviços e desvios de verbas dos respectivos ministérios.

Agora, recentemente a mídia nacional vem denunciando o ministro dos esportes Orlando Silva como mentor de uma rede de esquema de cobrança de propinas e outros malfeitos.

E o mais assustador, é a quantidade de dinheiro desviada, que poderia resolver muitos problemas em áreas como educação e saúde, bem como a maneira grosseira como são feitos os desvios quase a luz do dia, porque suponho eu, a impunidade é tão grande que esses bandidos não têm mais nenhum receio de parar atrás das grades nem serem forçados a devolver as quantias surrupiadas.

E como o brasileiro é um povo pacífico, para não dizer acomodado, a nós simples mortais, só nos resta a indignação e torcer para que nas próximas eleições Deus coloque juízo nas cabeças das pessoas para melhor escolher nossos representantes nas diversas esferas tanto municipal, estadual ou federal.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

O Brasil acordou para o mundo ou o mundo acordou para Brasil?!

Os Petistas afirmam que o mérito é do governo Lula, a oposição diz que se deve ao fato do governo Fernando Henrique ter plantado as bases para o desenvolvimento. Mas a verdade é que embora uns aceitem e outros não, o Brasil dos últimos cinco anos para cá não é mais o mesmo.

Enquanto o “mundo desenvolvido” ou primeiro mundo está ardendo em crise financeira, a segunda crise desde 2008, o Brasil pelo contrário continua crescendo a todo vapor, despertando o interesse das consideradas grandes economias como os Estados Unidos, União Européia, Ásia e Oriente Médio.

O Brasil, apesar de vários escândalos de corrupção que têm sido denunciados nos últimos anos, tem melhorado bastante sua imagem deixando seu estereótipo de república de bananas para se tornar um dos principais países emergentes junto com China, Índia, África do Sul e Rússia.

De quem seja o mérito não é o mais importante, o fato é que o Brasil está no caminho certo e vamos torcer que cada vez mais traga desenvolvimento e inclusão social para os brasileiros.

Assista abaixo dois vídeos, um com o comercial do Johnnie Walker, que está bombando na internet, ressaltando o fato desse despertar do Brasil e outro institucional do governo brasileiro.



quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Morre o mago da computação

Morreu ontem aos 56 anos Steve Jobs, o homem que revolucionou o mercado da informática. Entre seus inventos mais famosos estão o PC, o iPod, iPhone e iPad.

Falar sobre Steve Jobs seria copiar mais uma vez o que já foi escrito e falado por todas as redes sociais e mídias do mundo inteiro.

Portanto, vamos homenagear o gênio postando o vídeo com seu discurso aos formandos da Universidade de Stanford, em 2005.

O perigo que não se quer enxergar

Nas últimas semanas o portal IG tem publicado matérias sobre grupos de extrema direita e esquerda, ou seja, aqueles desmiolados e desorientados jovens da classe média paulista que se dizem nacionalistas ou neonazistas.

Na verdade, a maioria dos participantes desses movimentos ou gangues, com exceção de seus líderes, são apenas soldados adestrados e não seguem qualquer orientação ideológica, a não ser a violência pela própria violência. Ou mesmo outros grupos como a UCC, criado por alguns alunos da USP, que misturam alhos com bugalhos (veja cartaz ao lado).

Mas, o que queremos enfocar aqui é justamente o fato desses grupos, politicamente e ideologicamente não se sustentarem, que poderia dar margem ao surgimento de fundamentalistas malucos como aconteceu na Noruega, onde o extremista Anders Breivik provocou o massacre de 75 pessoas.

Leia a seguir, trecho da matéria publicada no portal IG pelos jornalistas Nara Alves e Ricardo Galhardo, em 26/09/2011 e vídeo com a entrevista de um desses chefes “cabeça de titica” líder do grupo Resistência Nacionalista, Antonio Silva.

Skinheads usam briga política como pano de fundo para violência

Nara Alves e Ricardo Galhardo, iG São Paulo | 26/09/2011

“... De um lado estão os carecas de extrema direita, cuja orientação ideológica vai desde o nacionalismo até o neonazismo. Alguns deles, segundo a Polícia Civil, são responsáveis por agressões recentes a homossexuais, negros, nordestinos. Os mais conhecidos são a Resistência Nacionalista, Ultradefesa, White Power, Carecas do Brasil e Kombat RAC.

Do outro estão grupos também skinheads de esquerda, comunistas e anarquistas, que se uniram nos últimos meses aos punks anarquistas, para enfrentar nas ruas, com os mesmos métodos violentos, as organizações rivais sob a bandeira da Ação Antifacista. São os antifas, cujos grupos mais conhecidos são RASH (carecas vermelhos e anarquistas) e SHARP (carecas contra o preconceito racial).

“Há motivação política e ideológica na atuação de alguns destes grupos”, disse ao iG a delegada Margarete Barreto, da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Em lados opostos, estas organizações tiveram papel central em manifestações políticas como a passeata em defesa do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), a Marcha da Maconha e a Parada Gay.

Doutrina

Nas últimas semanas o iG conversou com skinheads – inclusive aqueles que tumultuaram a Marcha da Maconha e a Parada Gay – sobre suas preferências políticas e suas crenças ideológicas. Embora considerem que, de maneira geral, o sistema político-partidário seja ineficaz, os jovens da extrema direita ouvidos pela reportagem disseram apoiar parlamentares que estão minimamente de acordo com o que pregam, a exemplo de Bolsonaro e dos senadores Kátia Abreu e Demóstenes Torres, ambos do DEM.

Estes jovens recebem orientação teórica. As bases são os seminários promovidos pelo Instituto Plínio Correia de Oliveira (criador da extinta TFP, que defendia a Tradição, a Família e a Propriedade) e o jornalista Olavo de Carvalho. Em um áudio publicado no blog da Resistência Nacionalista, Carvalho defende a pena de morte para comunistas, a começar pelo arquiteto Oscar Niemeyer. “Para o Niemeyer uma pena de morte só é pouco. Deveria ter umas três ou quatro”, diz Carvalho.

Já os antifas muitas vezes são filiados a partidos de raízes comunistas, como PCO, PC do B, ou organizações como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a União Nacional dos Estudantes (UNE), e tem articulações com grupos que defendem os direitos dos gays e a legalização das drogas. A reportagem entrou em contato com membros da facção, mas nenhuma liderança concordou em dar entrevista.

Polarização

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) registra em São Paulo a existência de 25 gangues, mas segundo o iG apurou, há um movimento recente de recrutamento, reagrupamento e polarização dessas gangues. Este movimento começou logo após a passeata em defesa de Bolsonaro, em abril, como uma forma de reação aos grupos de intolerância.

Organizações como RASH e SHARP passaram a arregimentar seguidores e se aliaram aos punks com os quais tinham afinidade ideológica. Um destes punks era Johni Raoni. Com a nova configuração, os antifas se tornaram maioria e os extremistas de direita passaram de caçadores de gays, nordestinos e maconheiros a presas dos antifas.
“Estamos sendo caçados. Hoje não podemos mais nos reunir em uma estação de metrô”, disse Antonio Silva, o Vulto, líder da Resistência Nacionalista, grupo que participou da passeata pró-Bolsonaro, da anti-Marcha da Maconha e tinha quatro integrantes envolvidos na briga que levou à morte de Johni Raoni.

Em seu blog, os RASH-SP negam enfaticamente responsabilidade pela briga.
No entanto, comentários de integrantes do grupo na página da Resistência Nacionalista mostram a predisposição para a violência. “Na verdade é isso mesmo, fascismo não se discute, se combate com as armas que tem na mão, e espero que eu tenha algo bem pesado nas minhas”, diz um jovem que assina como Antifa Pride (orgulho antifascista). ..."