Fumar ou não fumar

Hoje 31 de maio é o dia mundial sem tabaco.
Órgãos como a Organização Mundial de Saúde - OMS, Ministério da Saúde, Secretarias Estaduais de Saúde e outras organizações tentam alertar a população sobre os perigos do hábito de fumar.
Antes de qualquer questionamento gostaria de esclarecer que esta matéria não tem o intuito de influenciar as pessoas a fumarem ou deixarem de fumar.
É apenas o meu depoimento como ex-fumante, porque na minha opinião todo mundo tem livre arbítrio para fazer o que bem entender, lógico, respeitando o direito do outro como manda os bons costumes e reza a nossa Carta Magna.
Pois bem, comecei a fumar por volta de 1970, com 13 anos de idade, parei em 31 de dezembro de 2007, com 50 anos, fumei durante 37 anos.
Além do grande prejuízo financeiro, fumar é literalmente queimar dinheiro, os prejuízos maiores foram com relação ao desgaste físico e mental, além do incômodo proporcionado as pessoas de minha convivência e não fumantes, durante anos.
Assim como a maioria dos fumantes, comecei pela influência da mídia. Na época a beleza do fumar era traduzida tanto no cinema como nos comerciais de TV sem qualquer tipo de moderação.
Lembro-me ainda que se podia fumar livremente em qualquer repartição pública, bancos e até em ônibus interestaduais, onde se proibia apenas o cachimbo e cigarro de palha e se liberava o cigarro desfiado como se chamava na época. Isto, pasmem, estabelecido em Lei.
Gostaria de afirmar sem medo de errar que uma das coisas de que me arrependo profundamente foi ter adquirido o hábito de fumar durante todo esse tempo.
Mas não adianta contudo relacionar aqui os malefícios nem receitar terapias contra o cigarro, porque só se para de fumar quando se tem motivo e força de vontade pra isso, experiência própria.
Porém, os brasileiros tem motivos para comemorar. Uma pesquisa recente mostrou que o Brasil é um dos países a frente na luta contra o tabagismo, em 21 anos o número de fumantes caiu aproximadamente em 40%.

Imperatore Addio (Adeus Imperador)

É muito fácil julgar e criticar as pessoas, principalmente pessoas públicas e famosas como é o caso do Adriano.
A maioria esquece que existe ali também um ser humano com problemas, ansiedades, depressões, sentimentos.
Esquecem também rapidamente os serviços prestados, as alegrias proporcionadas e compartilhadas.
O que se deseja é que ali esteja uma máquina de fazer gols.
Apesar de todas as críticas, o imperador disputou em um ano de clube, 47 jogos, fez 34 gols - 19 deles o transformaram no artilheiro do campeonato brasileiro de 2009, levando o flamengo ao hexacampeonato.
Nos últimos meses as confusões extra campo o atrapalharam e o afastaram da convocação para a copa do mundo da África do Sul.
Mesmo assim, surpreendeu a todos e teve comportamento exemplar durante a disputa das quartas de final da libertadores.
Pena que os dois gols e o suor derramado contra o universidade do chile foram insuficientes para classificar o flamengo e mantê-lo no clube.
Agora de volta a Itália, dessa vez na equipe do Roma, onde deve consolidar seu novo império de torcedores.
Boa sorte imperador, esperamos ainda vê-lo vestindo o manto sagrado do mais querido do Brasil.
Arrivederci! (até breve!)

Cidadão do mundo

Semana passada, a imprensa mundial noticiou o acidente sofrido pelo vocalista da banda U2, Bono Vox, ocorrido num dos ensaios do grupo.
Em 2005 durante um show na cidade de Chicago nos Estados Unidos, Bono lançou uma campanha em favor do combate a fome no mundo, conclamando o presidente Bush e o primeiro ministro britânico Tony Blair a aderir a sua iniciativa.
Maio de 2010, o presidente e o primeiro ministro já não são mais os mesmos, porém nada ou quase nada foi feito para mudar essa triste realidade.
Para relembrar, vídeo com a mensagem de Bono, ficando aqui os votos de um rápido restabelecimento para esse talentoso músico e grande ser humano.

Um grito de liberdade

13 de maio de 1888, a princesa Izabel assinava simbolicamente a abolição da escravatura no Brasil.

122 anos depois, quem diria que um negro fosse ocupar uma cadeira na mais alta corte de justiça do país.

Assista abaixo, vídeo da discussão do ministro Joaquim Barbosa com o ex-presidente do STF Gilmar Mendes. Em seguida, matéria publicada no jornal A Tarde, da Bahia, do ativista, educador e poeta baiano Jorge Portugal.




Supremo Ministro Joaquim Barbosa

Naquele 22 de abril de 2009, nenhum nobre navegante português ousaria nos "descobrir". Descobertos fomos pelos olhos e pela voz do primeiro negro que, com altivez e coragem, no topo da nau capitânia do judiciário, admoestou o pretenso comandante.

Naquele 22 de abril de 2009, não caberia um 7 de setembro em que o filho do rei, futuro imperador do país, daria gritos de independência às margens de um riacho qualquer; ali, ouvimos o brado da liberdade e da insubmissão da voz abafada do povo, silenciada por séculos pelos donos do poder, através de sucessivos crimes de lesa-cidadania: "Respeite, ministro! Vossa Excelência não tem condições de dar lição de moral em ninguém!"

Naquele 22 de abril de 2009, nenhuma princesa "bondosa" assinaria uma vaga lei que nos concedia liberdade, mas nos cassava a condição de cidadãos, proibindo-nos o voto, a escola de qualidade e o trabalho digno; presenciamos, sim, a abolição proclamada em nossas almas, 121 anos depois, pela voz corajosa de um Luís Gama redivivo, encarnando todos os quilombos massacrados e abrindo os portões de todas as senzalas: "Vossa Excelência não está nas ruas; está na mídia destruindo a credibilidade de nossa justiça!"

Naquele 22 de abril de 2009, nenhum marechal, de pijama, ousaria proclamar república nenhuma; o pacto de poder que condenou a maioria de nossa gente a ser um povo de segunda classe viu-se desmascarado pela indignação patriótica de um João Cândido reeditado, que fez a chibata girar em movimento contrário, açoitando o lombo dos que se acostumaram a bater, por séculos a fio: "Respeite, ministro! Vossa Excelência não está falando com seus capangas do Mato Grosso!"

Naquele dia, Ogum, Xangÿ e Oxóssi desceram os três num corpo só e reafirmaram a presença arquetípica da África dentro de nós. Todos os movimentos aparentemente derrotados dos nossos heróis anÿnimos puseram-se de pé, vitoriosos, mesmo que não tivessem vencido uma só batalha. A Revolta dos Búzios, a Revolução dos Malês, o Quilombo dos Palmares, todos, reencenaram seus teatros de operação e puderam, séculos depois, derrotar simbolicamente o inimigo.

Naquele dia, saíram às ruas todas as escolas de samba, de jongo, todos os blocos afros; bateram os candomblés e as giras de umbanda, a procissão da Boa Morte, o Bembé do Mercado de Santo Amaro; brilharam os pequenos olhos da criança negra recém-nascida ao descortinar a luz azul de um futuro melhor.

Naquele dia, materializando todos os nossos sonhos e desejos secularmente negados, Vossa Excelência deixou de ser apenas um ministro do Supremo Tribunal Federal para tornar-se o supremo ministro de todos os brasileiros.

Desconto na conta de energia elétrica

Mais uma boa notícia.
As empresas concessionárias vão ressarcir os consumidores pela falta de energia elétrica.
Pelas novas regras da ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica, se o consumidor ficar sem energia elétrica mais de quatro horas durante o mês, terá direito a indenização.
O valor da multa pela falta de energia, será rateada entre todos os consumidores da área afetada, gerando desconto na conta de energia de cada consumidor.
Essas e outras é que trazem a esperança do Brasil entrar nos eixos.
Maravilha!

Seleção sem alma

Longe de mim questionar os critérios, ou melhor as coerências como gosta de chamar o técnico Dunga, para a convocação da seleção brasileira para a copa da África do Sul.
Contrariando a vontade da maioria dos torcedores, não foram convocados os jogadores Ganso, Neymar, Tardelli, Ronaldinho Gaúcho, entre outros, ficando de fora inclusive o imperador Adriano.
Considerando os resultados durante a era Dunga, não há o que discutir, mas que essa convocação deixou um gostinho de tristeza e decepção, isso deixou.
Se a seleção vai trazer o caneco e comprovar que o Dunga estava certo ou não, só saberemos no final da copa.
De qualquer forma vamos torcer, de repente, quem sabe...

Mãe é tudo de bom

Para homenagear todas as mães do mundo,
poesia do cronista, escritor e poeta
mineiro Carlos Drumond de Andrade:

Para Sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Coração e raça

Essa é a denominação da classificação do flamengo para as quartas de final da libertadores, ontem 05/05 no segundo duelo contra o corinthians no pacaembú.
Depois de um início apático sem jogar absolutamente nada, o fla se recuperou no segundo tempo e com um gol do Vagner Love conseguiu passar pra fase seguinte da competição.
Mas, torcer pelo mengo é assim mesmo, só vale se for com muito sofrimento, um verdadeiro teste pra cardíaco.
Agora só resta perguntar ao pessoal do instituto data folha, quantos torcedores deixaram de torcer pelo fla depois dessa classificação.

Enfim, acordaram

As empresas de ônibus acostumadas a velhas práticas monopolistas resolveram acordar.
Finalmente se deram conta de que o avião é um concorrente a altura e que estão a cada dia perdendo mais e mais clientes.
Nos últimos anos as empresas rodoviárias continuaram na contra mão dos serviços de transporte de passageiros. Tarifas caras, veículos desconfortáveis e péssimo atendimento, são apenas algumas das características desse ramo de prestação de serviços.
Em contrapartida, empresas aéreas com suas promoções e tarifas cada vez mais acessíveis, vem conquistando um grande número de passageiros provocando uma migração considerável para o transporte aéreo.
Segundo os presidentes das maiores empresas de ônibus, entre elas Gontijo, 1001 e Itapemirim, prometem melhorar os serviços e reconquistar fatia desse mercado que cresce a cada dia.
Com tudo isso, quem sai ganhando mesmo é o usuário que tem a opção da escolha.
Viva a velha e boa concorrência.

Adrenalina ou selvageria?

Desde os primórdios, o homem sente a necessidade de superar seus limites e extravasar sua adrenalina.
Prova disso, são registros de disputas desde os jogos olímpicos da grécia antiga até os jogos da era moderna, incluídos aí os esportes radicais e artes marciais.
Porém, me perdoem os amantes de touradas, vaquejadas, rodeios, circos com animais e rinhas diversas.
Pessoalmente, não vejo nada de esporte nessas modalidades, a não ser muita covardia com requintes de crueldade.
A seguir, publico artigo da blogueira Janine Stecanella, 22 anos, estudante de jornalismo de Caxias do Sul:

Caça e Caçador

"Não sou uma pessoa muito equilibrada, por isso não é novidade me ver chorando. Pode ser propaganda da Qualy, do Pão de Açúcar e do Zaffari. Programas como Extreme Make Over. Pode ser por uma pessoa e pode ser por um animal. Coisas alegres e tristes. Minhas ou de estranhos. Confesso, fico abalada com maus tratos aos animais.

As touradas estão entre elas. Tudo bem, é uma manifestação cultural, de países como Espanha e México. Mas é cruel. É triste. E é muito popular. Mesmo que eu estivesse inserida nessa cultura não tenho certeza se conseguiria assistir um “espetáculo” como esse. Exatamente, espetáculo, entre aspas, porque tenho lá minhas dúvidas se é ou não. Pra mim não, pra eles, é.

Enfim, voltando. Me diz, quem já foi, qual é o prazer mórbido de ver um touro sangrando até a morte (ou até ser morto), com um homos imbecilis sacudindo um 'lençol' amarelo e rosa? (Mas um vez desculpa aqueles que assistem, gostam e entendem, o blog é meu e eu escrevo como eu quiser, ok?)

Me pergunto também sobre as rixas de galos e cães. Como os chineses conseguem comer gatos, cachorros, cobras, grilho, aranha, e tudo mais que se mexe? O grande problema da diversidade do nosso planeta (até mesmo do nosso país) é que nem sempre conseguimos entender determinadas culturas e não queremos aceitar que elas existem, de fato.

Na última semana dois toureiros foram feridos pelos animais que queriam ferir. Irônico não? Nos achamos tão superiores que subestimamos a capacidade de defesa dos animais (puro instinto?). Não sei se posso dizer um: “Bem feito. Mazá touro véio”, mas não escondo uma pontinha de alívio, cutucando lá dentro da cabeça. Alívio por quê? Porque o ser humano só aprende quando sente na pele o que significa ferir o outro. E isso aconteceu. Quem sabe?